Ok, vamos supor que você escreveu um texto foda sobre qualquer assunto pertinente como, por exemplo, educação. Se, ao final, você colocar uma foto sua lambendo uma garrafa, é óbvio que você vai ser julgado. Você faz um texto inteiro falando de como a educação no Brasil é precária, como temos maus exemplos na política e, no fim, você coloca uma foto lambendo uma garrafa de cerveja? É claro que não tem problemas você tirar uma foto assim, desde que você não a coloque no fim de um texto sobre educação.
É como você fazer um texto inteiro defendendo a idéia de que Deus existe sim e que ele é uma força maior sobre todos nós e, no fim, escrever: sou ateu. Qual a coerência? A menos que sua intenção seja completamente irônica, não tem nenhuma coerência.
Então, se ao final do texto sobre educação você coloca uma foto de você mesmo lambendo uma garrafa de cerveja, ninguém está julgando um livro pela capa. Estão julgando o livro pela conclusão. Ou, melhor, estão julgando o livro pelo autor. Ou você compraria um livro de auto-ajuda, por exemplo, escrito por alguém que está no mais fundo do poço? Compraria um livro de humor feito pela globo? Iria perguntar para um gay como é ser hétero? Iria perguntar ao Lula como é ter 10 dedos? Não. Você pergunta e acredita em quem você julga ter conhecimento sobre o assunto. Claro que lamber uma garrafa não significa que você não saiba nada sobre educação. Você pode, muito bem, saber tudo e ter idéias geniais, mas não é isso que você demonstra. E não adianta viver na utopia de que não se julga alguém de mau caráter só porque ela bebe. Não estamos julgando porque ela bebe. Estamos julgando porque ela bebe e tira foto lambendo a garrafa e posta no fim de um texto sobre educação, que fala sobre os "maus exemplos".
Uma coisa é você colocar essa foto no seu orkut, fora do contexto ético que você prega. Outra coisa é você ser dono do vaticano, abominar a pedofilia em todos os seus discursos, mas praticá-la. Afinal, assim como existe "não julgue um livro pela capa" (tecnicamente, o que você também defende), existe "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço". E, querida, "o que os olhos não vêem, o coração não sente".
Um comentário:
Eu sou A mestre em fazer isso... especialmente com conselhos, heh. Go figure.
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