quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Sobre o vaso, ainda.
Eu fico meio que... descontrolada com essa história do vaso. Porque, como eu disse, o choque da quebra do vaso foi muito forte em mim. Eu não tenho, até hoje, condições físicas, psicológicas e emocionais para tentar consertá-lo, embora eu queira. Só que eu acho uma #putafaltadesacanagem o fato de eu não estar bem o suficiente para consertá-lo e, então, a pessoa falar: "Tá, então." E largar o vaso quebrado lá, como se eu tivesse obrigação em ajudar a consertá-lo. Por que você não quebrou o vaso comigo? Se a gente tivesse, sei lá, brincando de guerra de travesseiro e ele quebrasse, faria sentido pra mim. Ambos estaríamos envolvidos na catástrofe. Mas eu não estava lá. E o motivo da minha ausência é tão estranho quanto o que causou a quebra do vaso. Acho que com uma minúscula força de vontade, você conseguiria consertá-lo sem mim. Já que a mesma minúscula força de vontade que causou a quebra do vaso. E tentar consertar o vaso não é ficar conversando comigo. É consertar o vaso. Conversa não conserta nada. Como diz em Closer: "Where is this love? I can't see it, I can't touch it. I can't feel it. I can hear it. I can hear some words, but I can't do anything with your easy words." A gente está acostumado com filmizinho de romance, que basta a pessoa falar uma frase bem bonitinha e cute-cute que tudo se resolve, só que na vida real não é assim. Você não pode sumir e estragar as coisas valiosas e voltar e falar: nah, mas eu te amo. Que que esse "mas" está fazendo ae? Não tem que ter "mas". Se tem "mas", já está errado. A gente não ama algo que está destruído, embora destruímos algo que amamos. Você tem que criar de novo tudo aquilo para que você volte a amar. Se você ama algo que está destruído, bad news: não tem nada ali pra você amar, não desperdice seu amor. Ou seja: ou você tenta construir pelo menos o começo de novo, sozinho; ou vai procurar outra coisa construída pra você amar.
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Um comentário:
Ain, eu nao lembrava dessa frase do Closer <3
Caran, mas eh verdade isso, neh? Tipo, "ah cara, mas tah tudo bem, porque eu te amo". Tipo, essa BANALIZACAO das palavras me mata. Pior que, como voce tah quebrado, destruido, voce se apega facilmente `a qualquer demonstracao minima de afeto, porque parece que eh a unica luz no fim do tunel. E agora que eu paro pra pensar... nao eh, indeed, a unica esperanca essa? :S De onde um individuo em pedacos tira forcas para negar um efemero "eu te amo" e tentar se auto-consertar? ):
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