[A história é o seguinte: Fazer uma redação sobre os jovens que fazem cirurgias plásticas muito cedo]
Brincavam que eu era campeã de natação. "Nada de peito", "nada de bunda". Só porque era comigo, não queria dizer que a piada não fora engraçada. Não sei o que tinha demais - ou seria de menos? - em não ser, em uma linguagem moderna, gostosa.
Encontrei o problema, claro. Moderna. Moda. Tendências 2007. Toda menina seguia, ou pelo menos, deveria. Consegui, finalmente, convencer minha mãe a pagar minha cirurgia plástica. Não se pode ter demais, nem de menos, e sim o suficiente para que se possa "pirar a cabeça" dos homens. Meninos!
A cirurgia estava marcada para dali duas semanas. Durante duas longas semanas, aindaa seria "nadadora". Terrível. Para quem já foi durante 15 anos, duas semanas não seriam tanto tempo assim. Arrumei um namorado. Não era o mais lindo, mas massagearia meu ego destruído de "nadadora".
Logo contei a ele da cirurgia. Como todo menino, machista, não hesitou pensar nem duas vezes - e para que pensaria - no assunto. Foi logo dizendo que era contra e que não andaria com um pedaço de plástico por aí. Grosso. Ele não queria era competição. Não queria seus amigos "me secando" com os olhos. Achei fofo, mas muito, digamos, sentimental.
Na semana da cirurgia ele nem me ligou. No dia, muito menos. Não me importava. Havia chegado o grande dia. Na sala de cirurgia, foi tudo muito escuro. Claro, eu dormi. Foram pouco mais de duas horas e eu já estava fora do centro cirúrgico. A cirurgia havia sido um sucesso.
Sucesso! Depois de quatro meses de recuperação, sem poder levantar os braços e essas coisas, me olho no espelho. De nadadora passei para professora de natação. A "dose" foi pouca, mas o suficiente para me deixar cinco quilos mais gorda, sem namorado, mas, com um compromisso na agenda: Entrevista para ser a nova "BOA da Antártica".
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