O realismo, diferente do romantismo que buscava as verdades por meio da subjetividade e da imaginação, fazia críticas as condutas sociais, o que gerou uma certa revolta burguesa. Os burgueses não estavam prontos para tirar o véu da idealização e abrir os olhos para a realidade. Quando se viram estampados nos jornais, por meio de personagens que os criticavam, a reação não foi das melhores. Por isso, o narrador tem de conquistar o leitor, o que era diferente no romantismo. No romantismo, o leitor já se simpatizava com o narrador, pelo fato de ser algo a base de emoção. No realismo, o narrador tem que conversar com um leitor, o que Machado de Assis fazia muito bem. Tentar convencer o leitor de que é ele que está formando a cena, quando antes disso, o autor já previa isso. Ele induz o leitor a fazer cena que ele quiser e deixar o leitor pensando que ele fez isso sozinho. O narrador não demonstra sua opinião, apenas descreve. Mas, ao falar detalhes da aparência, deixa subentendido a figura que ele quer que os leitores imaginem.
A realidade das máquinas, do transporte e das novas teorias sociais tornava inviável a visão romântica do mundo, que projetava no indivíduo seus dramas sentimentais o centro do universo. Os autores, como pessoas de seu tempo, procuraram um novo parâmetro de interpretação da realidade. Foi assim que a objetividade ocupou o lugar do subjetivismo romântico e a valorização desmedida da emoção foi abandonada. Em lugar de tratar dos dramas individuais, o olhar realista focalizará a sociedade e os comportamentos coletivos.
Como estética lingüística, o Realismo procura analisar a nova organização social e econômica, detectando suas causas e denunciando suas conseqüências.
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