terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Para a lyvia ler.

Goiânia, 21 de fevereiro de 2008

Caro Senhor João Carlos,

Primeiramente, gostaria de lhe dar meus pêsamis por sua perda. Ainda não sou mãe e sei que não faço idéia da dor que é perder um filho, mas imagino que é imensa.
Sei que esse vazio jamais poderá ser preenchido e que você fará de tudo para que outras família não passem pelo mesmo, mas creio que as medidas devem ser pensadas cuidadosamente.
Li um artigo de Silvia Rogar publicado na Revista Veja, 14 de novembro de 2007, onde dizia que o Senhor acharia necessário proibir essas Festas Raves. Não creio que proibição seja o termo mais adequado. Proibir é quase sempre um medida exagerada. E, além do mais, não se pode simplesmente tirar o 'prazer' de outras pessoas, mesmo que seja para o bem delas. Cada um sabe o que é bom pra si, embora sejam jovens de quem estamos falando.
Não é só nas Festas Raves que a "droga rola solta". É nas Festas Raves em que ela é usada em maior quantidade. Instruir os filhos é o certo, não se pode simplesmente decidir qual o caminho que o filho irá andar. Temos que mostrá-lo o correto e educá-lo e ele terá o livre arbítrio de optar pelo bom ou pelo 'ruim'. Atropelamentos, AIDS, bebidas, drogas, cigarro, amor.. não se pode proibir tudo o que faz mal. Sem contar que, quanto mais radical for a decisão, como uma proibição, por exemplo, maior será a quantidade de pessoas a se revoltar contra isso.
Não podemos querer educar o filho dos outros, temos que ser cuidadosos com os nossos filhos. Embora seja uma tarefa difícil convencê-los do que é bom, temos que tentar. Sempre vai ter alguém puxando os filhos para o lado 'ruim' e nem sempre nós vamos estar por perto para ajudá-los. Afastá-los do mundo não irá protegê-los nem torná-los invulneráveis, pelo contrário, quanto mais distante da realidade, maior é o tombo e maior é buraco.


Atenciosamente,

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